Filme de Elden Ring de Alex Garland Abraça a Guerra da Fantasia Épica

Que diretor você escolheria para dirigir uma adaptação cinematográfica de Elden Ring?

Você poderia considerar lendas da fantasia como Peter Jackson ou Guillermo del Toro, ou talvez Miguel Sapochnik, conhecido por dirigir as batalhas mais épicas de Game of Thrones, incluindo Hardhome e Batalha dos Bastardos. Para escolhas de vanguarda, cineastas como Robert Eggers (Nosferatu), Yorgos Lanthimos (Pobres Criaturas) ou Bong Joon Ho (Mickey 17) poderiam trazer à vida o surrealismo característico e a narrativa enigmática da FromSoftware.

Alex Garland não seria o primeiro palpite da maioria. O diretor britânico é especialista em ficção científica realista como Ex Machina e Aniquilação, além de filmes de guerra como Guerra Civil e Guerra - nenhum deles tendo uma semelhança óbvia com o trabalho da FromSoftware. No entanto, a A24 chocantemente escolheu Garland para adaptar a obra-prima de Hidetaka Miyazaki. Dada a reputação de Garland por um cinema ponderado (ele irá dirigir e escrever o roteiro), é fascinante imaginar a sua abordagem.

Inicialmente, Garland parece uma escolha improvável para Elden Ring. Embora experiente em ficção científica, ele nunca abordou fantasia hardcore - já um gênero desafiador, especialmente para adaptações de videogame. Seu estilo orientado pela narrativa contrasta fortemente com a narrativa ambiental da FromSoftware, contada através de itens e design de mundo. (Guerra Civil enfrentou críticas por falta de um contexto mais profundo.)

Mas Garland prospera na reinvenção. Sua filmografia mostra mudanças radicais - de escrever A Praia a dirigir thrillers de ficção científica e filmes de guerra. Se há alguém que pode adaptar a essência de Elden Ring fielmente enquanto coloca sua própria marca, Garland pode ser a escolha curinga perfeita.

As credenciais de Garland com jogos aumentam sua credibilidade. Poucos sabem que ele é um ávido jogador - Resident Evil influenciou 28 Dias Depois, enquanto A Praia teve uma cena que a Polygon chamou de "o mais perto de um filme de Banjo-Kazooie que jamais teremos."

Assistir a Guerra gera sensações surpreendentemente semelhantes a Elden Ring: a sensação de estar em desvantagem numérica, sobrecarregado e lutando desesperadamente pela sobrevivência.

Ao contrário de diretores que fingem interesse no material original (olhando para você, Shyamalan), Garland genuinamente ama jogos como The Last of Us e Dark Souls. Ele capturou perfeitamente a qualidade poética de Dark Souls em uma entrevista à Gamespot em 2020: "Você encontra almas quebradas murmurando diálogos enigmáticos - é como vagar por um sonho existencial."

Ele poderia abordar Elden Ring como os visuais psicodélicos de Aniquilação, ou, mais intrigantemente, adotar a tensão visceral de Guerra. Embora Guerra não seja fantasia, sua intensidade espelha a jogabilidade de Elden Ring - o medo constante da morte (ou das runas perdidas).

Substitua os campos de batalha iraquianos de Guerra pelas paisagens arruinadas de Elden Ring, e você teria um filme capturando a jornada desesperada do Maculado em vez de um lore complicado. Imagine focar em se arrastar entre os Locais de Graça, o grande objetivo de se tornar Lorde da Graça temporariamente esquecido na luta para sobreviver.

Relatos sugerem que Garland quer Kit Connor, estrela de Guerra, como protagonista, sugerindo que Elden Ring pode compartilhar tensão e temas de medo e desespero semelhantes. Usar Guerra como inspiração jogaria com os pontos fortes de Garland enquanto segue a fórmula de adaptação de The Last of Us da HBO: entender o que faz o trabalho original brilhar.

Elden Ring não é sobre heroicidades superpoderosas. Como todos os jogos da FromSoftware, é uma antifantasia de poder onde guerreiros sem nome suportam incontáveis mortes antes de vitórias duramente conquistadas. Para ter sucesso, Garland deve capturar essa luta comovente - e Guerra prova que ele entende exatamente como retratar a sobrevivência desesperada contra probabilidades impossíveis.